Recordando Jacob Magos Pinto Correia

Jacob Magos Pinto Correia, presidente da TAUC em 1925.

Eis algumas palavras de Jacob Magos Pinto Correia, presidente da Direcção da TAUC em 1925, no ano em que a TAUC visitou o Brasil (este texto foi publicado no «Correio de Coimbra», no dia 10 de Janeiro de 1925):

TUNA ACADÉMICA

A gloriosa Tuna da nossa Universidade vai este ano realizar uma bela viagem, que muito aproveitará aos seus associados pelos conhecimentos que decerto lhes vai proporcionar.
Esta nobre instituição que tantos triunfos tem obtido desde os tempos longínquos da sua fundação, em viagens sucessivas quer pelo país, quer pelo estrangeiro, conquistará decerto mais um para juntar aos inúmeros, dos quais a sua bandeira velhinha é a melhor testemunha.
A viagem para que a Direcção se encontra trabalhando cheia de entusiasmo, empregando todo o seu esforço e boa vontade, é sem dúvida das melhores que a Tuna tem realizado. Vai visitar além de várias terras do sul de Portugal, terras de Andaluzia: Sevilha, a cidade em que Espanha é conhecida por “Maravilha”, Huelva e Córdova. Esta viagem há-de marcar, trazendo para o seu livro doiro mais uma página de glória, que muito se igualará àquelas ultimamente conquistadas com as viagens feitas. Umas ainda bem recentes como as de Trás-os-Montes, Minho, Algarve, Madrid, Valladolid e Salamanca; outras, já muito distantes, mas que pela sua importância jamais poderão ser esquecidas por aqueles que tiveram a suprema felicidade de as conhecer.
Destas, recordo ainda e recordarei sempre com saudades, a viagem feita em 1913 ao Funchal, àquela terra que é o coração do mar, que é a “Pérola do Oceano”, no dizer de muitos. Era então aluno do liceu; lembro-me como se fora agora o que foi aquela visita. O carinho e o entusiasmo com que o povo madeirense recebeu tão nobre e selecta embaixada coimbrã.
Não encontro palavras nem pensamentos que possam dizer o que foi a quasi alucinação daquele hospitaleiro povo, do meio do mar, ao receber tão honrosa visita; bastará apenas reproduzir o que então ouvi dizer a muitos velhos – festejos assim só nos lembram quando da visita do Rei D. Carlos em 1901!
Que a Tuna continue mantendo sempre as suas velhas e gloriosas tradições, e que o ânimo nunca falte àqueles que a amam, são os votos mais sentidos daquele que se orgulha de ser um seu admirador e amigo.

Jacob Magos Pinto Correia
Coimbra, Janeiro de 1925

“Correio de Coimbra”, Ano III, n.º 140, Coimbra, Sábado, 10 de Janeiro 1925, pág. 4.

Correio de Coimbra, ano III, n.º 140, 10 de Janeiro de 1925. Artigo pesquisado, digitalizado e transcrito por José Nascimento.[1]

A. Caetano, 21 de Novembro de 2022

[1] Informação publicada em Estudantes de Coimbra em Orquestra – António José Silva Nascimento, José António Silva Nascimento, Coimbra, 2010, pág. 313.

 

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