Anthero Dias d’Alte da Veiga (Cerdeira, Arganil, 1 de Março de 1866 – Mogofores, Anadia, 16 de Dezembro de 1960)
Livros biográficos publicados:
No Arquivo Sonoro Digital do Museu do Fado estão disponíveis, para audição, 4 temas gravados por Anthero e seu filho Eugénio (na guitarra de bordões) em 1929:
https://arquivosonoro.museudofado.pt/repertorios?search=antero+da+veiga
1 – Fado Melódico – Editora: His Master’s Voice (HMV) EQ267; [30-3100]
2 – Variações do Fado em Ré menor – Editora: HMV EQ267; [30-3101]
3 – Cantos Regionais Portugueses, Miscelânea n.º 2 – Editora: HMV EQ266; [30-3099]
4 – Bailes Regionais Portugueses – Editora: HMV EQ266; [30-3100]
mas onde estarão as gravações feitas em Liverpool?!? 12 temas! (além de outros? 12 temas gravados para a His Master’s Voice, em Espanha, em 1929)
No programa do concerto realizado no Teatro Rosália Castro, na Corunha, no dia 31 de Maio de 1929, por Anthero da Veiga e seu filho Eugénio, constam 15 números:
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Variações de fado em ré menor (José Júlio e Anthero da Veiga)
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Bailados do Minho (Anthero da Veiga)
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Miscelânea de cantos de Águeda (velhas canções)
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Chula do Douro
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Rapsódia em lá maior (Anthero da Veiga)
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Canção vespertina campestre religiosa (sec. XVI; Torro do Tombo)
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Canção das cotovias ([Francisco] Menano e Anthero da Veiga)
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Fado melódico (Anthero da Veiga)
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Fados dos milagres (Anthero da Veiga)
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Rapsódia em lá menor (Anthero da Veiga)
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Miscelânea n.º 2 de cantos da Beira
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Bailes regionais de Coimbra: Rosa Tirana; O vira; A menina diz que tem; Ora volta atrás; O malhãozinho alegre; A rosinha veio; O ladrão
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Erva cidreira do campo (pequena miscelânea da Beira Baixa)
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Fado dos teus olhos (Alves Coelho)
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Grande Romaria – rapsódia em ré maior (Anthero da Veiga)
(Programa imagem MAC)
No repertório, conhecido, de Anthero da Veiga é muito marcante a adaptação da música de dança e de cantos (regionais) populares portugueses para versões instrumentais na guitarra. Também designadas «variações», essas miscelâneas ou rapsódias de canções populares — que podemos ouvir nas gravações, conhecidas, de Antero da Veiga e de Artur Paredes, arranjadas para guitarra com bom gosto e de belíssimo efeito — foram uma receita adoptada, com sucesso, por outros guitarristas (ver outro exemplo: João de Deus Ramos filho).
Este aspecto das miscelâneas, rapsódias, suites, pot-pourris musicais ou medleys não foi inventado por Antero ou Artur Paredes e terá sido, naturalmente, um filão no repertório de músicos em geral e de vários tocadores, em particular, incluindo nas violas, como é o caso de José Dória que nos anos (18)60, em Coimbra, arranjou e interpretou, na viola d’arames (toeira), pot-pourris de óperas italianas (que apresentou nos salões em Lisboa. Ver revista «Amphion», de Novembro e Dezembro de 1885), além daquele que era o seu repertório próprio que, se foi registado em partitura, até à data, ainda não apareceu.
A. Caetano, 23 de Abril de 2024
(fotografia das guitarras)