António Simões de Carvalho Barbas, em 1907, aquando da reunião do seu curso (theológico-jurídico de 1872-1877), escreveu, para essa ocasião comemorativa, uma peça musical orquestral intitulada «Como se passam 30 anos».
Esse curso de 1877 — ficou escrito — inaugurou as «reuniões de curso» que durante o século XX foram as grandes festas de antigos estudantes em Coimbra — ver «Reuniões de curso em Coimbra – as origens?».
Simões Barbas, enquanto estudante, foi o autor da música da récita «Extravagâncias extraordinárias ou As phantasias do Bandarra» — tragicomédia com que se despediram, da vida académica, os quintanistas desse curso, em Março de 1877 — e alguns anos depois, já professor da cadeira de música anexa à capela da UC (desde 1883), ele viria a ser o regente impulsionador da Tuna Académica de Coimbra, entre 1888 e 1898.
Em 1994, num dos cíclicos momentos de reestruturação da orquestra da TAUC (grupo que historicamente sintetiza “A Tuna”, a TAUC!), um caloiro de Antropologia foi espontaneamente guindado a maestro da TAUC…
TAUC ~Maio de 1994. O jovem André Granjo aqui está! 🙂
… e lá ficou a reger a Tuna durante 20 anos (de 25 de Abril de 1994 a 25 de Abril de 2014), lá fundou um pequeno grupo, baptizado «Rags», que cresceu para big band e, depois, de muito trabalho de bastidores (feito por uma mão cheia de gente entre 2014 e 2016[1]), veio a ocupar o lugar de maestro e director artístico da Orquestra Académica da Universidade de Coimbra, orquestra cuja alma mater é a TAUC.
Então como se passaram estes 30 anos, de 1994 a 2024?
Durante 30 anos muitas foram as horas dedicadas, por André Granjo, ao planeamento artístico, a ensaios, reuniões, contactos, angariação de músicos, espectáculos, gravações, registos audio e vídeo (produção e arquivo), logística, viagens, convívios, fotografias da praxe, etc, etc, colocando, além do seu tempo, os seus recursos pessoais ao serviço desta secular associação, contribuindo para a sua continuidade e engrandecimento.
Dedicações como esta — pela sua intensidade e longevidade — não têm paralelo na história da instituição (ver Maestros da TAUC). Sem este tipo de contributos e de entrega, realizações como a OAUC, não seriam possíveis.
Recordar estes 30 anos com o André é, também, recordar um período que (podemos agora avaliar em retrospectiva) foi muito feliz e produtivo para a TAUC. Talvez as digressões sejam uma vertente em défice, mas nas outras frentes, o trabalho tem sido em crescendo qualitativo e quantitativo. Poder rever mentalmente, num ambiente de descontracção, esse passado, na companhia do André Granjo, do Luís Salgado, do Leandro Alves e de outros tauquianos que muito contribuíram e continuam a contribuir para os êxitos da TAUC, que apoiam a TAUC, e que, além disso, mantêm a estima pelos companheiros e amigos, que fizeram no seio da TAUC, e sabem reconhecer o valor do trabalho desenvolvido pelo André Granjo em prol da TAUC, é simplesmente muito bom!
Estes 30 anos de ligação de André Granjo à TAUC foram ontem simbolicamente comemorados por um pequeno grupo de tauquianos.
Parabéns André! Obrigado! Felicidades e continua!
porque… enquanto houver força cardíaca, enquanto houver ventos e mar (ainda que nos sejam cão-trários… caravelas!), enquanto houver estrada para andar… a gente vai cão-tinuar!
A. Caetano, 19 de Abril de 2024
[1] I Encontro de Orquestras Académicas (28 de Novembro de 2015)